Résumé
Este trabalho investigou as imagens sociais sobre famílias com filhos em acolhimento institucional. Participaram 243 pessoas, entre 16 e 80 anos (M=35,50, DP=12,64), selecionadas por conveniência em diferentes cidades do Rio Grande do Sul, sendo que 67% delas já tiveram ou têm contato com jovens em vulnerabilidade. O questionário utilizado apresenta 26 palavras de valência negativas e positivas, e o participante responde o quanto considera que cada característica descreve as famílias investigadas. Os resultados indicaram que as famílias com filhos institucionalizados são descritas predominantemente com características negativas: desestruturada, carente, afetada por drogas, despreparada; especialmente por pessoas que têm ou já tiveram contato com essa população. Destaca-se a importância de políticas públicas de formação continuada dos profissionais que atuam diretamente com famílias em situação de vulnerabilidade.
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