Resumo
Atualmente, o país que ocupa lugar de destaque no cenário mundial no que tange a solicitação de refúgio é a Venezuela com a solicitação de um grande contingente de pessoas forçadas a migrarem. No Brasil, segundo os dados registrados totalizaram 477.493 refugiados venezuelanos (Plataforma R4V, 2023). Sabendo que a migração pode impactar na saúde mental (James et al., 2019). O objetivo deste estudo foi investigar os índices de saúde mental de mães venezuelanas refugiadas no Brasil, com a finalidade de identificar os índices de estresse, ansiedade e depressão, através do instrumento DASS-21. Verificar se há correlação dos índices de estresse, ansiedade e depressão com os dados sociodemográficos de faixa-etária, estado civil e nível de escolaridade. E, analisar os resultados da amostra venezuelana com os indicadores da população brasileira. O termo de consentimento livre e esclarecido, foram assinados respeitando os aspectos éticos. Os dados foram analisados mediante ao programa SPSS. Como resultado, há altos índices de ansiedade (73%), seguidos por depressão (56%) e baixos índices de estresse (30%). Quando comparados com os índices da amostra da população brasileira os dados dos índices encontrados são altos, indicando a necessidade de atendimento focado na saúde mental das acolhidas no Brasil.
Referências
Barrera-Herrera, A., Baeza-Rivera, M. J., Salazar-Fernández, C., & Manríquez-Robles, D. (2023). Analysis of the Mental and Physical Health Symptomatology Scale in a Sample of Emerging and Migrant Adults in Chile. International Journal of Environmental Research and Public Health, 20(6), 4684. https://doi.org/10.3390/ijerph20064684
Bhugra, D. (2004). Migration and mental health. Acta Psychiatrica Scandinavica, 109(4), 243-258. https://doi.org/10.1046/j.0001-690X.2003.00246.x
Blackmore, R., Boyle, J. A., Fazel, M., Ranasinha, S., Gray, K. M., Fitzgerald, G., Misso, M., & Gibson-Helm, M. (2020). The prevalence of mental illness in refugees and asylum seekers: A systematic review and meta-analysis. PLoS Medicine. 17(9): e1003337. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1003337
Borges, L. M., & Pocreau, J.-B. (2009). A identidade como fator de imunidade psicológica: contribuições da clínica intercultural perante as situações de violência extrema. Psicologia: teoria e prática, 11(3), 224-236. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872009000300016&lng=pt&tlng=pt.
Cantekin, D., & Genç€oz, T. (2017). Mental health of Syrian asylum seekers in Turkey: Therole of pre-migration and post-migration risk factors. Journal of Social and Clinical Psychology, 36(10), 835-859. https://doi.org/10.1521/jscp.2017.36.10.835
Chudzicka-Czupała, A., Hapon, N., Chiang, S-K., Żywiołek-Szeja, M., Karamushka, L., Lee, C. T., Grabowski, D., Paliga, M., Rosenblat, J. D., Ho, R., McIntyre, R. S., & Chen, Y-L. (2023). Depression, anxiety and post-traumatic stress during the 2022 Russo-Ukrainian war, a comparison between populations in Poland, Ukraine, and Taiwan. Scientific Reports, 13(3602),. https://doi.org/10.1038/s41598-023-28729-3
Colón-Aguirre, M. (2022). A refocusing on the study of the gatekeepers among linguistic minorities, the case of Spanish Speakers in the United States: implications for the study of information behavior. The International Journal of Information, Diversity, & Inclusion, 6(3), 38-51. https://www.jstor.org/stable/48700867
Dalgalarrondo, P. (2018). Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Artmed.
Daza, P., Novy, D. M., Stanley, M. A., & Averill, P. (2002). The depression anxiety stress scale-21: Spanish translation and validation with a Hispanic sample. Journal of psychopathology and behavioral assessment, 24, 195-205.
Hayes, S. C., Strosahl, K. D., & Wilson, K. G. (2021). Terapia de Aceitação e Compromisso: O Processo e a Prática da Mudança Consciente. (2ª ed.). Artmed.
James, P., Iyer, A., & Webb, T. L. (2019). The impact of post-migration stressors on refugees’ emotional distress and health: A longitudinal analysis. European Journal of Social Psychology, 49(7), 1359-1397. https://doi.org/10.1002/ejsp.2589
Lipp, M. E. N. (2003). Mecanismos Neuropsicológicos do Stress: teoria e aplicações clínicas. Casa do Psicólogo.
Lipp, M. E. N., & Rocha, J. C. (1996). Stress, Hipertensão e Qualidade de Vida. Papirus.
Lovibond, P., & Lovibond, S. (1995). The structure of negative emotional states: comparison of the depression anxiety stress scales (DASS) with the Beck depression and anxiety inventories. Behaviour Research and Therapy, 33, 335-343. https://doi.org/10.1016/0005-7967(94)00075-u
Martins-Borges, L., Lodetti, M. B., Jibrin, M., & Pocreau, J.-B. (2019). Inflexões epistemológicas: a Etnopsiquiatria. Fractal: Revista De Psicologia, 31(spe), 249–255. https://www.scielo.br/j/fractal/a/XgtcLk68BTWYGxxD97Mv55r/abstract/?lang=pt#
Martins-Borges, L. (2021). Migrações involuntárias e impactos psíquicos: a mediação da cultura. In: Peres, Rodrigo Sanches et al. (Org.). Sujeito contemporâneo, saúde e trabalho: múltiplos olhares. São Carlos: Edufscar.
Melese, M., Simegn, W., Esubalew, D., Limenh, L. W., Ayenew, W., Chanie, G. S., Seid, A. M., Beyna, A. T., Mitku, M. L., Mengesha, A. K., & Gela, Y. Y. (2024). Symptoms of posttraumatic stress, anxiety, and depression, along with their associated factors, among Eritrean refugees in Dabat town, northwest Ethiopia, 2023. BMC Psychology, 12(62). https://doi.org/10.1186/s40359-024-01554-7
Ministério da Saúde. (2022). Vigitel Brasil 2021: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: Estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2021. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigitel/vigitel-brasil-2021-estimativas-sobre-frequencia-e-distribuicao-sociodemografica-de-fatores-de-risco-e-protecao-para-doencas-cronicas
Organização Internacional de Migração (2022). Tendencias Recientes de la Migración en las Américas. OIM: Buenos Aires y San José. Disponível em: https://robuenosaires.iom.int/sites/g/files/tmzbdl626/files/documents/tendencias-recientes-de-la-migracion-en-las-americas_sp.pdf.
Organização Mundial de Saúde (2022a). Informe Mundial de Saúde Mental: transformar a saúde mental para todos. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/oms-divulga-informe-mundial-de-saude-mental-transformar-a-saude-mental-para-todos/.
Organização Mundial de Saúde (2022b). Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013–2030. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/17-6-2022-oms-destaca-necessidade-urgente-transformar-saude-mental-e-atencao.
Organização Pan-Americana de Saúde (2024). Organização Pan-Americana de Saúde. Transtornos mentais. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/transtornos-mentais.
Plataforma R4V (2023). Plataforma de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela Plano de Resposta a Refugiados e Migrantes Disponível em: https://www.r4v.info/pt/document/rmrp-20232024-plano-regional-e-capitulo-brasil.
Rodríguez, F. (2019). Sanctions and the Venezuelan Economy: what the data say, Latam Economics Viewpoint, Torino Economics. https://venezuelanalysis.com/wp-content/uploads/2019/09/Sanctions-and-Vzlan-Economy-June-2019.pdf
Solà-Sales, S., Pérez-González, N., Van Hoey, J., Iborra-Marmolejo, I., Beneyto-Arrojo, M. J., & Moret-Tatay, C. (2021). "The Role of Resilience for Migrants and Refugees’ Mental Health in Times of COVID-19". Healthcare, 9 (1131). https://doi.org/10.3390/healthcare9091131
Straub, R. O. (2005). Psicologia da saúde. Artmed.
Whiteford, H. A., Degenhardt, L., Rehm, J., Baxter, A. J., Ferrari, A. J., Erskine, H. E., Charlson, F. J., Norman, R. E., Flaxman, A. D., Johns, N., Burstein, R., Murray, C. J. L., & Vos, T. (2013). Global burden of disease attributable to mental and substance use disorders: Findings from the Global Burden of Disease Study 2010. The Lancet, 382(9904), 1575-1586. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(13)61611-6
World Health Organization. (2022a). International Statistical Classification of Diseases: The global standard for diagnostic health information. (11th ed.) https://www.who.int/classifications/classification-of-diseases
World Health Organization. (2022b). World Mental Health Report: transforming mental health for all. https://apps.who.int/iris/handle/10665/356119.
Zangiabadi, S., Alghalyini, B., Zoubi, F., & Tamim, H. (2024). Effect of food insecurity on depression, anxiety, and stress among resettled Syrian refugees in Ontario. PLOS Glob Public Health, 4(3), e0002571. https://doi.org/10.1371/journal.pgph.0002571

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Cecilia Mira y Lopez, Pablo Jodra Jiménez, Valéria Carneiro de Mendonça, Regina Glória Nunes Andrade, Márcia Mária Peruzzi Elia da Mota
