Resumo
A fim de lançar luz sobre o cenário de desenvolvimento e consolidação da Psicologia Ambiental na América Latina, nos propomos a discutir a dinâmica e evolução da área, por via da caracterização da produção científica em formato de artigos científicos publicados em periódicos de acesso aberto. Para tanto, foi realizado um estudo de caráter bibliométrico, recorrendo às bases SciELO, PEPSIC e RedALYC, utilizando o descritor: psicologia ambiental. Ao todo, 304 artigos científicos, publicados entre 1994 e 2021, atenderam aos critérios de inclusão: contemplava ao menos uma autoria do campo da Psicologia e com vinculação institucional em algum país latino-americano e consistia em trabalho teórico, relato de pesquisa empírica ou relato de experiência. Como principais resultados, ficou evidente o protagonismo do Brasil na produção psicoambiental latino-americana, posto que o idioma mais frequente nas publicações é o português (51,8%), as revistas mais utilizadas (58,7%) e as instituições que concentram o maior número de autorias (52,8%) são brasileiras. Na sequência, destacou-se o México, igualmente apontado como um polo pioneiro da PA na AL. Entre os demais países da região, o terceiro centro precursor no continente – a Venezuela – teve menor participação em comparação com Colômbia, Argentina e Chile, que vêm ganhando espaço na produção científica da área. A partir dos achados, são feitas considerações a respeito de fatores associados a tais variações e apontamentos sobre o desenvolvimento e consolidação na região.
Referências
Albornoz, M., & Barrere, R. (2021). La ciencia latinoamericana en la época del COVID-19. Ciencia, tecnología Y política, 4(7), 060. https://doi.org/10.24215/26183188e060
Alchieri, A. & Porto, J. B. (2013). Anais do XXXIV Congresso Interamericano de Psicologia. SBPOT.
Bolzan de Campos, C., & Cruz Bomfim, Z. Áurea. (2014). Psicologia Ambiental: Revisando, Revisitando e Ressignificando. Psico, 45(3), 290-291. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2014.3.19221
Costa, A. L., Seixas, P. de S., & Costa, J. P. (2022). Social Policy and knowledge production in Latin America. Revista estudios de políticas públicas, 8(2), 105-126. https://dx.doi.org/10.5354/0719-6296.2022.68309
Costa, J. P. da, Amorim, K. M. de O., Pessanha, V. C., & Yamamoto, O. H. (2012). Quem estuda a profissão de psicólogo no Brasil? Arquivos Brasileiros de Psicologia, 64(2), 02-18. Recuperado em 30 de maio de 2022, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672012000200002&lng=pt&tlng=pt.
Corral-Verdugo, V. (1997). Environmental psychology in Latin America, efforts in critical situation. (Introduction to the special issue on environmental psychology in Latin America). Environment & Behavior, 29, 163–168. https://doi.org/10.1177/001391659702900201
Corral-Verdugo, V. & Pinheiro, J. (2009). Environmental psychology with a Latin American taste. Journal of Environmental Psychology, 29, 366-374. https://doi.org/10.1016/j.jenvp.2008.10.007
Diniz, R. (2021). Contribuições subversivas para uma Psicologia Ambiental insurgente e genuinamente latino-americana. In: T. Farias, N. Olekszechen, & M. A. M. Brito (Orgs.). Relações pessoa-ambiente na América Latina: perspectivas críticas, territorialidades e resistências (pp. 55-74). ABRAPSO.
Martín-Baró, I. (2017). Crítica e libertação na psicologia: estudos psicossociais. Vozes.
Moser, G. (2005). Psicologia Ambiental e estudos pessoas-ambiente: que tipo de colaboração multidisciplinar?. Psicologia USP, 16, 131-140. https://doi.org/10.1590/S0103-65642005000100015
Pinheiro, J. Q. (2003a). Editorial: Dando continuidade... Estudos de Psicologia (Natal), 8(2). https://doi.org/10.1590/S1413294X2003000200001
Pinheiro, J. Q. (2003b). Psicologia Ambiental brasileira no início do século XXI. Sustentável. In O. H. Yamamoto & V. V. Gouveia (Orgs.), Construindo a Psicologia brasileira: desafios da ciência e da prática psicológica (pp. 279-313). Casa do Psicólogo.
Pinheiro, J. Q. (2004). O lugar e o papel da Psicologia Ambiental no estudo das questões humano-ambientais, segundo grupos de pesquisa brasileiros. In E. T. O Tassara. E. P. Rabinovich, & M. C. Guedes (Orgs.), Psicologia e ambiente (pp. 241-262). EDUC.
Pinheiro, J. Q. & Corral-Verdugo, V. (2007). Environmental Psychology in Latin America: 1996-2006. Medio Ambiente y Comportamiento Humano, 8, 29- 48.
Pol, E. (2007). Blueprints for a History of Environmental Psychology (II): From Architectural Psychology to the challenge of sustainability. Medio Ambiente y Comportamiento Humano, 8(1 e 2), 1-28.
Ricarte, I. L. M. (2018, março). Métricas em Ciência Aberta. Anais da XIII Jornada Associação Portuguesa de Documentação e Informação de Saúde (APDIS), Lisboa, Portugal, 13. Recuperado de http://hdl.handle.net/10400.26/28472
Sampaio, M. I. C. & Serradas (2009). O Movimento de Acesso Aberto, os Repositórios e as Revistas Científicas. In A. Z. P. Sabadini, M. I. C. Sampaio, & S. H. Koller. Publicar em psicologia: um enfoque para a revista científica (pp. 75-86). Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia / Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
Sánchez, E., Wiesenfeld, E. & Cronick, K. (1987). Environmental Psychology from a Latin American perspective. In D. Stokols & I. Altman (Eds.), Handbook of environmental psychology, (Vol. 2, pp. 1337–1358). John Wiley.
Sommer, R. (2000). Discipline and field of study: a search for clarification. Journal of Environmental Psychology, 20, 1-4. https://doi.org/10.1006/jevp.1999.0168
Santos, A. L. M. F., Storopoli, J. E, & Ramos, H. R. (2021, outubro). Métrica para Análise do Contexto de Citação em Estudos Bibliométricos. Anais do XLV Encontro da ANPAD – EnANPAD, online. Recuperado de https://www.researchgate.net/profile/Andre-Luis-Marques-Ferreira-Dos-Santos/publication/355478947_Metrica_para_Analise_do_Contexto_de_Citacao_em_Estudos_Bibliometricos_Resumo/links/61e769228d338833e37c30ea/Metrica-para-Analise-do-Contexto-de-Citacao-em-Estudos-Bibliometricos-Resumo.pdf
Silva, F. (2019). O ecossistema da Ciência Aberta. TransInformação, 31, 1-13. https://doi.org/10.1590/2318-0889201931e190001
Tassara, E. T. de O. (2005). Editorial. Psicologia USP, 16(1-2), 13-14. https://doi.org/10.1590/S0103-65642005000100001
Wiesenfeld, E. (2001). La problemática ambiental desde la perspectiva psicosocial comunitaria: hacia una Psicología Ambiental del cambio. Medio Ambiente y Comportamiento Humano, 2(1), 1-19.
Wiesenfeld, E. (2005). A psicologia ambiental e as diversas realidades humanas. Psicologia USP, 16(1/2), 53-69. https://doi.org/10.1590/S0103-65642005000100008
Wiesenfeld, E., & Zara, H. (2012). La psicología ambiental latinoamericana en la primera década del milenio. Un análisis crítico. Athenea digital, 12(1), 129-155. Recuperado de https://www.raco.cat/index.php/Athenea/article/view/250920
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2023 Raquel Farias Diniz, Juliana Moisés, Déborah Akila Barbosa, Ana Ludmila Freire Costa