Resumo
Atualmente, boa parte das mais de 35 milhões de pessoas reconhecidas como refugiadas — no geral, por países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento — vivem em campos precários, onde predominam ações variadas de ajuda humanitária, como aquelas em prol de “saúde mental e apoio psicossocial” (SMAPS). Esta revisão narrativa de literatura pondera sobre os reflexos de SMAPS nas relações interpessoais de refugiados nos campos, discutida à luz dos aportes teóricos de Robert Hinde e Axel Honneth para as Ciências Sociais. Espera-se que as ferramentas conceituais aqui propostas possam guiar a análise temática de como opera a ajuda humanitária, bem como seus desafios, nos campos precários para refugiados.
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